sábado, abril 27

Risco de infarto em mulheres aumenta na pós-menopausa

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 Após os 40 anos, o risco de doenças cardiovasculares aumenta, mas depois dos 50, quando a mulher normalmente entra na menopausa, ele cresce ainda mais

As doenças cardiovasculares assumiram um papel predominante como a principal causa de morte entre mulheres, tanto no Brasil quanto globalmente, totalizando impressionantes 8 milhões de óbitos anuais. Segundo dados do Ministério da Saúde, anualmente, 20 mil mortes são registradas devido a esses problemas, sendo o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto as duas principais causas. No cenário brasileiro, a gravidade da situação é evidente, com uma em cada cinco mulheres adultas enfrentando o risco iminente de desenvolver doenças cardiovasculares, sendo o infarto mais letal para mulheres em comparação com homens.

Para a cardiologista e eletrofisiologista, do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Edna Marques, o climatério (período de transição da fase reprodutiva para a fase de pós-menopausa) está relacionado ao aumento do risco cardiovascular, já que, neste período, ocorre uma redução da produção hormonal pelos ovários, marcando o fim da função reprodutiva da mulher.

“Sabemos por meio de diversos estudos, que os hormônios femininos, especialmente o estrogênio, têm influência em vários sistemas do organismo, não se limitando ao sistema reprodutivo”, pontua.

A médica ressalta que o estrogênio desempenha um papel crucial no sistema cardiovascular, promovendo a formação de novos vasos sanguíneos, reduzindo níveis de triglicérides e LDL, além de aumentar os níveis de HDL, trazendo uma proteção contra doença coronariana verificada na mulher.

Fatores de risco

A cardiologista destaca que as mulheres enfrentam um aumento contínuo nos riscos de doenças cardiovasculares, com 40% apresentando circunferência abdominal elevada, mais de 20% sendo fumantes, 18% ex-fumantes, 23% com pressão arterial elevada e 21% com alterações nos níveis de colesterol. Além disso, histórico familiar, doenças inflamatórias, autoimunes e obesidade aumentam a predisposição a problemas cardíacos. A combinação perigosa de anticoncepcionais e tabagismo é comparada a uma “bomba-relógio”.

O sedentarismo é apontado como fator de risco, pois a atividade física favorece a dilatação dos vasos sanguíneos, auxiliando no controle de peso, pressão arterial e frequência cardíaca. Por outro lado, o estresse é ressaltado como relevante, desencadeando a liberação de hormônios que elevam a pressão arterial e a frequência cardíaca, podendo resultar em eventos cardíacos graves. “O acúmulo de papéis na vida da mulher, aliado ao ritmo acelerado, propicia hábitos pouco saudáveis, como sedentarismo e má alimentação, contribuindo para obstrução das artérias coronárias e aumentando o risco de infarto ou derrame”, alerta a médica cardiologista Edna.

Atenção aos sintoma

Em geral, as mulheres, conhecidas por sua maior tolerância à dor, muitas vezes acabam negligenciando sinais indicativos de problemas cardíacos devido à sobrecarga de tarefas diárias. A cardiologista alerta que algumas experimentam dores nas costas, no estômago e náuseas, interpretando erroneamente esses sintomas como eventos pontuais, quando na verdade podem ser indicativos de desenvolvimento de problemas cardíacos. A médica destaca a importância de práticas preventivas, como a monitorização regular da pressão arterial e dos níveis de colesterol. Além disso, ressalta que sintomas como desconforto torácico ou dores não devem ser negligenciados, enfatizando a necessidade de buscar avaliação médica imediata para um diagnóstico preciso.

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Gaúcho de nascimento, brasiliense de coração. Economista, 25 anos, amante de viagens e gastronomia. Instagram: @davirezende__

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