A conexão entre pessoas não se explica. Se sente. Por isso é tão comum, ao longo da vida, encontrarmos indivíduos com os quais temos, mutuamente, a sensação de afinidade. E, muitas vezes, originada sem um histórico pré-existente (pelo menos, não nesta vida, para quem acredita…).
A conexão viria, então, “do nada”? Há correntes que defendem a ideia de que uma forte ligação espiritual entre duas almas vem de muitas vidas passadas conjuntamente. A experiência compartilhada de alegrias e tristezas, de prazer e dor, de construção e destruição, e de vida e morte, vai gerando nos envolvidos sentimentos mais profundos, laços de proximidade, em que a história de um vai começando a se confundir com a história do outro.
Todo esse processo de ligação cria uma sintonia, com simpatias e antipatias, amor e ódio, prazer e dor, desejo e repulsa, entre outros sentimentos que aos poucos vão formando conexões.
Esta conexão, por sua vez, entre as almas pode se expressar em afinidades de pensamentos, sentimentos e crenças, ou pode gerar tendências quase que opostas, onde uma complementa a outra naquilo que ambas necessitam de uma unificação ou diversificação.
Pesquisa publicada, recentemente, na revista Psychological Science mostra que abraços – ou simplesmente tocar em alguém – reduzem o medo de mortalidade, acalmando os temores existenciais. “Toque interpessoal é um mecanismo tão poderoso que até mesmo objetos que simulam toque podem ajudar a incutir nas pessoas um sentido de significado existencial”, escreveu o pesquisador-chefe do estudo, Sander Koole.
Os laços podem ser criados, de modo tão forte e significativo, que se expressam vibratoriamente de diversas maneiras – não apenas despertando em nós uma variedade de sentimentos, por vezes confusos e contraditórios, como também uma afinidade profunda, uma sintonia que se manifesta até por meio de fenômenos não explicáveis cientificamente.
Seguindo esta mesma linha de raciocínio, somos seres espirituais habitando corpos físicos; e estamos neste planeta de passagem por um tempo extremamente curto. Em nossa essência mais profunda, portanto, há a necessidade de termos bons relacionamentos, e uma conexão sincera e profunda com outras pessoas.
Há uma outra vertente filosófica que traz à luz a reflexão acerca da necessidade de conexão de nossas almas com o cosmos. Mas em que consiste o cosmos? Em resumo, o cosmos é o tudo, é o próprio universo. E o universo é energia. Assim, tudo é energia e tudo está interconectado.
O amor vem, portanto, dessa energia cósmica, de dentro de nós, e quanto mais conectados com a nossa essência, com a família, com os amigos e com a pessoa que divide a vida conosco, mais o amor divino entra em nosso coração. E ele é o portal que conecta nosso espírito com todo o universo, com o cosmos. Resumidamente, estamos todos conectados pelo amor.
Um movimento simples, criado em Florianópolis (SC), vem ganhando cada vez mais participantes em algumas cidades brasileiras. O EntreOlhares, que acontece em Brasília, pela quinta vez, dia 29 de outubro, tem como propósito criar um ambiente para que pessoas desconhecidas umas das outras tenham a chance de trocar olhares “olho no olho”. Quem já foi conta que é emocionante. É de graça e ainda dá tempo de se inscrever: https://www.facebook.com/events/305031733186322/. Junte-se a nós! 😉
Para fechar, que as novas tecnologias estão trazendo consequências desastrosas para a corrente fluida de conexão da humanidade, não há o que se discutir. Lamentavelmente, as pessoas não têm mais tempo de se olhar. Vivem o hoje pensando no amanhã; e queixando-se pelo que deixaram de viver ontem.
A grande verdade é que nunca estivemos tão conectados, no sentido literal da expressão, e tão desconectados, energeticamente falando, com o outro. Mas enquanto existir amor no mundo, há um fio de esperança dentro de nós.
Flávio Resende*
* Jornalista, coach ontológico e empresário.
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